Confissão

Sempre disse, a mim mesmo, que a política não teria lugar neste meu espaço.
No entanto, não posso deixar de, qual criança, contar a minha “aventura” eleitoral de hoje.
As minhas desculpas, a quem tem consciência cívica como a que eu tinha até à data de hoje.
Passo a contar a tal aventura.
Chegado á mesa de voto, eis que me deparo com os mesmos fulanos de há três actos eleitorais a esta parte. Vai daí, após os habituais cumprimentos de circunstância, recebo os boletins de voto e começo a dobrá-los em quatro á frente dos membros da mesa.
Diz-me o presidente da cuja dita: “Senhor fulano, o Senhor não pode fazer isso!!!”
Não, porquê? “Pergunto-lhe eu…”
“Porque o voto é secreto e não o deve fazer em público”
E desde quando vocês são público, “pergunto eu? Vão chamar a autoridade pelo que acabo de fazer? Há alguma legislação que, num País dito democrático, me impeça de o fazer?”
Perante a falta de respostas, pergunta-me o mesmo fulano porque o fiz.
Ao que eu lhe respondo: “ Já é a terceira vez que vos vejo nesta mesa e sei quem vocês são, certo?"
“Sim” disse-me ele.
Isso corresponde a 12 anos, certo? “Pergunto eu”
“Sim, mais ou menos isso”, tive como resposta.
"Não acham que já era tempo de terem um emprego decente, onde não vivessem á custa dos contribuintes deste País, e fizessem algo de positivo?" disse-lhes eu.
Desejo de um bom dia, com um sorrisito amarelo á mistura, foi o que recebi por parte da mesa, ao que eu respondi de igual modo. Se fiz bem, se fiz mal, o certo é que o fiz. Cumpri o meu dever cívico… manifestei a minha revolta.